Vida de Atirador

Nessa Pagina vou contar a minha história dentro do Tiro de Guerra como atirador e minha evolução como cidadão e homem e dentro do próprio exercito!
parte1

Bom, aqui estou eu me preparando para escrever a minha história como atirador, no tiro de Guerra de Guarulhos ou no Tiro de Guerra da cidade de Viçosa em Minas Gerais, porém essa é uma outra história que não tá completa devido ao resultado dos vestibulares. Como não dá para se entender nenhuma história pela metade, vamos desde o inicio desse meu sonho:


Desde quando tinha uns sete anos de idade, que é quando consigo me lembrar das coisas que eu fazia e pensava, sendo que parte delas são das histórias que meus parentes, em geral meus pais, contavam para mim quando criança, sobre a juventude deles, as aventuras que tinham, dos seus erros cometidos e as coisas boas que existiram na época que o Mundo não era violento ainda. Provavelmente essa era uma das coisas que eu mais adorava e mais adoro até hoje e uma das que eu mais adorava era a do meu Pai contando quando ele serviu no tiro de Guerra de Bauru. Adorava ficar ali parado ouvindo cada segundo das suas palavras, para que depois, assim como toda criança eu pudesse ficar me imaginando naquela realidade dentro do meu mundo fantasioso aonde eu era sempre o Herói, ou o vilão, ou o coitado ou o que sempre ajudava, o combatente, o apaixonado e na maioria das vezes eu era o fuzileiro com um cabo de aspirador de pó e um pente que seriam respectivamente um fuzil e uma pistola e com esses dois armamentos, eu salvava a vida de milhares e milhares de pessoa e era sempre glorificado. Me sentia sempre incrível só de me imaginar nessas situações, eu colocava meu abrigo preto da coca-cola com um boné preto que tinha o desenho do Hulk na frente e pronto, já me sentia como se estivesse dentro do filme do Falcão Negro em Perigo.
  Os anos foram passando e com eles eu ia crescendo e amadurecendo, mas sempre com aquela paixão no coração, porém alguns problemas foram surgindo como as mudanças de cidade, alguns ideais que amadureceram junto comigo que mostraram como era o mundo real fora da minha imaginação fértil de criança. O mais importante é que aquela foi somente uma fase de esclarecimentos que posso afirmar com total certeza, me transformaram em uma pessoa melhor hoje! Quando me mudei de Bauru para Guarulhos ainda estava cursando a oitava série e em alguns meses depois me formei e fui para o tão aguardado colegial! Eu só conseguia pensar em Duas coisas: conseguir uma namoradinha do colegial logo e completar dezoito anos de uma vez para poder tirar a carta de motorista e me alistar no Exercito, enquanto muitos dos meus colegas me diziam: "Você é louco, não sei porque quer se alistar, isso não serve pra nada" e sobre como eu estava errado em estar ansioso, talvez na questão da ansiedade eles estavam certos.
Como podem imaginar eu mal me aguentava e um ano depois eu sai do Colégio Eniac e terminei com minha namorada Bruna e fui estudar no colégio Canadá que foi onde meu amadurecimento cresceu muito mais do que na minha vida inteira! E isso não é exagero! Eu convivi com um pessoal naquele colégio que tinham uma idade mais avançada, tanto mental quanto fisica e naquele ano dois de meus colegas haviam se alistado, porém como não tinham a vontade de servir, foram dispensados, juraram a bandeira e voltaram pra vida rotineira de colegial. Nesse mesmo ano meu primo Bruno Sotero estava servindo em Bauru e acabou gostando tanto que hoje procura seguir na carreira militar. Meus medos e angustias vinham a tona cada vez que alguém próximo a mim era aceito ou dispensado do exercito, pois de uma certa forma alguma dessas situações seria igual á minha futuramente. Um professor meu de Sociologia e historia na época era um rapaz que de certa forma era bem critico com os parâmetros da sociedade e acabava criticando as coisas demais.
  Como ele possuí muito conhecimento ele acabava exagerando um pouco com as criticas pesadas sobre a época ruim do militarismo no Brasil, mas mesmo assim ele deixava claro os pontos positivos e negativos. Eu não o culpo por ser assim, afinal tudo que está à nossa volta nos faz pensar em criticar e não viver somente recebendo tais ideologias e era isso o que ele ensinava basicamente. De qualquer forma nada me abalava quando o assunto era serviço militar. Sempre me recordo que algumas vezes nos horários de janta com a familia conversávamos muito mais sobre como seria se eu estivesse lá e eu sempre recolhia as informações necessarias para ja ficar mais esperto caso eu conseguisse. De resto sobre o que os outros falavam que exercito era ruim, que militarismo era uma merda e que não tava com nada eu esquecia ou simplesmente ignorava porque essa cultura de anti militar e de que servir era uma droga foi sempre uma baboseira generalizada com o tempo, porém nada me faria desistir!
parte 2

 O alistamento!

O tão esperado dia do alistamento tinha chego e portanto lá estava eu indo para a rua João Bueno, 154
na vila Barbosa para dar entrada na primeira etapa do alistamento como vou contar abaixo:

Como na maioria das vezes, era uma manhã escura e chuvosa na cidade. Eram sete horas da manhã e lá estava eu esperando o local abrir para dar entrada no processo de alistamento no exército brasileiro, eu estava nervoso e contente ao mesmo tempo de finalmente poder fazer aquilo, porém a cada minuto demorodo que passava até abrir o local eu ficava mais nervoso pelo fato de ficar criando possibilidades e mais possibilidades de algo dar errado e eu não conseguir completar o alistamento. Algumas teorias conspiratórias depois, o local abre às oito horas em ponto e então eu entrei naquele local e fui atendido por uma pacata senhora que me pediu para entregar os documentos,a foto 3x4 e me perguntou se eu gostaria de servir ou não para assinalar no Cã (que é o documento que faz todo o processo funcionar). Após isso, a senhora pediu para eu me sentar em um dos bancos e aguardar ser chamado enquanto ela atendia outros garotos que estavam chegando no local. Mais ou menos uma hora depois fomos chamados para ir para os fundos para ser entregue o documento e após isso estavamos liberados para comparecer na outra data ao qual ficariamos sabendo se haviamos passado para a próxima fase do alistamento ou não.
  Um mês depois eu voltei naquele mesmo local para ficar sabendo se havia "passado" para a próxima fase e chegando lá me deparei com um senhor fardado e imponente que de certa forma, para um mero civil, já causava um certo medo por assim dizer e com uma senhora que se parecia com uma avó comum, pacata e serena como toda vó sorridente e carinhosa que temos e hoje posso afirmar que de vó carinhosa, aquela senhora só tinha a cara mesmo. O processo foi semelhante ao da primeira vez, fomos levados para o fundo para esperarmos os documentos serem carimbados e liberados, com uma pequena diferença, que dessa vez a atendente iria entregar prontamente os cãs de quem não havia passado no processo de alistamento, que por sua vez iriam jurar a bandeira e depois iria entregar os cãs dos que haviam passado. Era um momento de extremo nervosismo para mim, pelo fato de querer passar para a proxima fase e até ela entregar todos os cãs da primeira parte minhas maõs não pararam de tremer. Após os cãs de quem havia passado para a segunda fase ter sido entregue, nos foi dito que teríamos que esperar para assinar e colocar as digitais no documento e quem iria nos auxiliar no feito seria ninguém menos do que a senhroa com cara de vó. Eu pensei comigo mesmo na hora: "Essa senhora ai vai me oferecer até uma cházinho, vou levar ela na palma da mão", pobre coitado, eu não sabia onde é que estava me enfiando até ela gritar meu nome de uma salinha que pareceu diminuir de tamanho a cada sílaba que ela gritava. Entrando na sala me deparei com uma mesinha de madeira, toda surrada e velha, com um cheiro de mofo acobertado pela quatidade excessiva de papéis que se encontravam no local com uma cadeira mais velha ainda à frente onde a senhora estava sentada me dizendo para sentar ao lado da mesa. Feito isso, ela colocou o documento com três vias na minha frente e me pediu para assinar o nome completo na primeira folha e é lógico que foi o que fiz, porém após isso ela me disse rapidamente, assine essa também e eu como um simples garoto tolo não havia entendido o que ela havia dito e me dei ao luxo de perguntar o que era para ser feito e então com uma cara assombrosa e sinistra a senhora aos berros me respondeu para assinar a segunda folha também, ironicamente apavorado eu assinei a folha e quando acabei de escrever a ultima gota de tinta no papel a mesma senhora pegou minha mão com a força de um boi de rodeio e enfiou meu dedão em uma tinta de cor lilás e bateu meu dedão, literalmente bateu meu dedão nas duas folhas e como se não bastasse gritou: "Liberado!"
   Não contente com tanta gritaria daquela pacata senhora com cara de vó, eu totalmente bizonho, ao sair daquela sala, pego um caminho que era por dentro do escritório (eu juro que foi por engano) e então em uma fração de segundos depois, a senhora vem atrás de mim e grita novamente as palavras que talvez e somente talvez nunca irei esquecer na minha vida: "Você está louco rapaz ou é um problema mental mesmo? A saída é pelo mesmo lugar que você entrou!" Dá até para imaginar a minha cara ao sair por aquela porta e me deparar com todos os garotos restantes ali, rachando o bico da situação constrangedora, porém o pior havia passado e eu estava contente por ter sido aprovado para a segunda parte da seleção, sabendo que minha próxima parada era no Tiro de Guerra 02084 para continuar trilhando meu caminho dourado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário